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fOTO: Judith Affolter / Marlon GarcíaR

O ouro das Américas

Regina José Galindo

Pilhagem (2010)

Guatemala – Berlín
Documentação em Vídeo e Fotos
Fotografía: Judith Affolter / Marlon García

De um lado, o conquistado, a guerra, as políticas de terra queimada, a pilhagem do solo, os humilhados. Do outro lado, o conquistador, ele que dá as ordens, o homem do Velho Mundo, ele que levanta a mão e fica com o ouro.

Na Guatemala, um dentista faz um trabalho nos meus molares e põe 8 obturações feitas de ouro nacional do mais alto teor de pureza.

Em Berlim, um médico alemão extrai as obturações de ouro dos meus molares. Essas pequenas esculturas, no total de 8, são exibidas como objetos de arte.

Photo: Judith Affolter/Marlon García Photo: Judith Affolter/Marlon García Photo: Judith Affolter/Marlon García Photo: Judith Affolter/Marlon García Photo: Judith Affolter/Marlon García Photo: Judith Affolter/Marlon García Photo: Judith Affolter/Marlon García Photo: Judith Affolter/Marlon García

Trabalho commissionado por Haus der Kulturen der Welt, Berlim, Alemanha; produzido por Haus der Kulturen der Welt, Berlim, Alemanha e Prometeogallery di Ida Pisani. Cortesia de Prometeogallery di Ida Pisani, Itália.

O Falso Leão (2011)

Falsificação de escultura em bronze e ouro guatemaltecos (20 cm x 9 x 16.5 cm)
Escultor: Angel e Fernando Poyón

Photo: Courtesy of the artist and prometeogallery di Ida Pisani, Milan/Lucca.

Cortesia da artista e da Prometeogallery di Ida Pisani, Milão/Lucca.

Em 2005, Regina José Galindo ganhou o “Leão de Ouro” de Melhor Artista com menos de 35 anos de idade na 51a Bienal de Veneza. Em 2007, a artista vende o Leão de Ouro ao artista espanhol Santiago Sierra, que por sua vez vende a escultura a um colecionador. Em 2011, Regina José Galindo encomenda uma cópia do Leão de Ouro de um vendedor na Guatemala, produzindo um leão falso com ouro guatemalteco. O Falso Leão de Galindo chama a atenção para a precariedade da arte contemporânea, em que o artista acaba vendendo o seu prêmio para poder viver da sua arte.

Ao mesmo tempo, a posse e a disposição do prêmio em ouro trazem à tona a questão do saque do ouro  indígena durante o período colonial na América Latina, reposicionando a relação entre o colonizador e o colonizado no campo da arte contemporânea. A escultura tem uma relação muito próxima com a obra Pilhagem [Saqueo] , que também é parte desta apresentação. Em ambos os trabalhos, Galindo incorpora a posição do conquistado, onde o sarcasmo do trabalho no final purga a perda e reverte a ausência/falta através de objetos de arte gerados por suas ações.


Regina José Galindo já participou de exposições como as: Bienal de Venecia (49 e 51); II Bienal de Moscou; I Trienal Auckland; Venice-Istanbul; I Bienal de Arte y Arquictetura Islas Canarias; IV Bienal de Valencia; III Bienal de Albania, Tirana; II Bienal de Praga; III Bienal de Lima, Peru; I Festival Arte Corporal, Venezuela e  IX Festival de Performance ExTeresa, México D.F. Visita seu website em www.reginajosegalindo.com.

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