Numa entrevista com Marlène Ramírez-Cancio, a artista residente do Hemi Ebony Noelle Golden discute a sua busca da arte como uma carreira propriamente dita e sobre o seu desinteresse no clichê do artista na luta pela sobrevivência. Tendo sido apresentada ao mundo da arte e da poesia por sua mãe, Golden dedicou-se à arte desde a infância, estudando dança quase todos os dias e em todos os lugares. Em seguida, ela discute a sua conciliação entre a página e o palco, combinando a sua formação-treinamento como poeta com a arte visual para exibir as nuances de ser uma mulher negra de um ponto de vista de beleza e triunfo. Golden descreve a sua primeira experiência transformadora como produtora, que ocorreu com uma produção cênica da obra Para as garotas de cor.... Ela reconhece o apoio recebido ao longo de toda a sua jornada e explica que o seu trabalho tem abordado um modo radical de ver um ao outro: “E ver não tem nada a ver com estes dois olhos, é uma conexão energética que diz: nós somos parentes”. Com o objetivo de usar a cultura para gerar mudanças na comunidade, Golden formou a sua própria empresa de consultoria, combinando tudo que ela aprendeu ao longo da sua carreira—idealização, avaliação de impacto e formação de comunidade no mundo das artes e da cultura. O seu trabalho visa a emancipação criativa através da performance e do apoio coletivo. Com o Betty’s Daughter Arts Collaborative e com o Body Ecology Womanist Performance Project, Golden amplia o seu campo de trabalho no meio das artes e da cultura para formar conexões que empoderam contadores de história de todas as origens.
Biografia
Impulsionada pela sua inabalável busca pela emancipação criativa, bem estar cultural e justiça social, Ebony Noelle Golden, nascida em Houston, Texas e atualmente residente no Bronx, atua como principal estrategista de engajamento no Betty’s Daughter Arts Collaborative e como diretora artística do Body Ecology Womanist Performance Project. Como estrategista, Golden oferece consultoria, cria coletivamente, realiza projetos, implementa e avalia projetos e iniciativas destinadas a criar impactos que promovam transformação social. Como uma artista-acadêmica, Golden encena rituais e produções artísticas ao vivo de local específico que exploram a fundo as complexidades da liberdade nos tempos de hoje. Em 2016, ela desenvolveu um curso de seminário, atuou como palestrante sobre a arte performática mulherista e feminista negra na The New School e foi coeditora de uma antologia de textos experimentais mulheristas publicada pelo Obsidian Journal of Literature and Arts.
Em 2017, Golden atuou como artista residente no Instituto Hemisférico de Performance e Política e como ativista residente na University of Oklahoma. Durante esse período, Golden concebeu a obra 125th and Freedom / A Rua 125 e a Liberdade, uma instalação de arte performática composta de dez rituais coreo-poéticos ao longo da Rua 125, entre os rios Hudson e Harlem, que explora os conceitos de casa, migração, deslocamento e erradicação do espaço negro por causa da gentrificação.
