Nesta conversa com Marlène Ramírez-Cancio, Daniel Alexander Jones discute arte, política, pedagogia, vida e porque os artistas fazem o que fazem. Jones explica elementos do seu ofício, que ele ficou motivado a trabalhar fora das estruturas da arte performática dominante e que suas ideias se desdobram no decorrer do processo criativo. Isso permitiu que Jones desempenhasse diversos papéis: escritor, improvisador, artista performático, cantor, diretor, designer, etc. Jones assume o papel de Jomama Jones, uma diva dos anos 80 vinda do futuro que deixa os Estados Unidos na era de Reagan e é o veículo através do qual Jones consegue transmitir as suas mensagens de questionamento, desafio, inspiração, confrontamento e amor. Na voz de Jomama, Jones desafia o espectador a estar confortável com o desconforto. Nesse processo, Jones afirma que ele prefere deixar espaço para o improviso ao invés de ensaiar de uma maneira rígida. Outros tópicos de discussão incluem o conceito de espaços seguros, o fluxo da educação e a imprescindível dor da solidariedade.
Biografia
Daniel Alexander Jones cria arte ao vivo. Ele dissolveu barreiras e explorou a presença radical por mais de 20 anos através da sua prática dinâmica interdisciplinar. O conjunto da sua obra é unificado pela consistente consideração da complexidade humana, pelo seu compromisso para com a bondade e generosidade na sua essência e pela sua fé no poder da arte ao vivo de fomentar uma comunicação empática. O trabalho de Jones pode ser descrito como afromisticismo. Ele foi um colaborador importante para o desenvolvimento do The Theatrical Jazz Aesthetic. Jones faz uso da colaboração, do risco e da espontaneidade na execução e apresentação do seu trabalho.
Jones é um artista performático, escritor e diretor premiado, destacado pela American Theatre Magazine como “um dos quinze artistas cujo trabalho vai transformar os palcos americanos por décadas”. O seu conjunto de obra não convencional inclui peças (Bel Canto, Earthbirths, Phoenix Fabrik), peças performáticas (Blood:Shock:Boogie, The Book of Daniel, Cab and Lena) e criações coletivas improvisadas (Qualities of Light, Clayangels). Em colaboração com o compositor Bobby Halvorson, Daniel e o seu “alter-ego” Jomama Jones (“uma obra teatral verdadeiramente original”, segundo a Backstage Magazine), ele lançou os álbuns Lone Star e Radiate; já se apresentou em um show no Joe’s Pub and Symphony Space; e esgotou os ingressos para a temporada teatral do show Radiate, no Soho Rep, dirigido por Kym Moore e aclamado pela crítica.