Numa conversa com Marcial Godoy-Anativia, Cheryl Angel discute o seu papel na proteção da fonte de água da reserva indígena sioux de Standing Rock, localizada no Rio Missouri. Após 500 anos de “todo mundo fazendo o seu pé de meia”, Angel reflete sobre americanos nativos e não-nativos reunidos numa luta coletiva contra o oleoduto. Ela foi cofundadora do Sacred Stone Camp em abril de 2016 como um espaço compartilhado para preces, resistência e educação, onde tribos e ativistas podiam unir-se em resistência. “Foi como construir uma comunidade do nada, com base em tradições que nós temos praticado há séculos”. Outros tópicos discutidos incluem estratégias de acampamento, treinamento de descolonização para pessoas de fora, o papel da mídia social e como lidar com a brutalidade policial.
Biografia
Cheryl Angel é uma mulher da tribo Lakota, Sicangu/Oohenumpa, da Dakota do Sul, e uma protetora de linha de frente da água da reserva sioux de Standing Rock, onde ela apoiou o Sacred Stone Camp, começando em abril de 2016. Enquanto esteve lá, ela trabalhou para integrar preces profundas com a ação direta não violenta, conduzindo duas ações lideradas por mulheres em resistência à construção do oleoduto Dakota Access. Em 3 de julho de 2020, Cheryl participou de um bloqueio de 3 horas da principal estrada de acesso de Keystone para o Memorial Nacional do Monte Rushmore na ocasião da visita e comício de Donald Trump. As Colinas Negras (Black Hills) são sagradas para os sioux de Lakota, os ocupantes originais dessa terra, e a criação desse monumento consiste em violação do Tratado de 1868 e da soberania indígena.