Marlène Ramírez-Cancio, diretora associada do Instituto Hemisférico da New York University, conversa com Avram Finkelstein (artista residente do Hemi de 2016) sobre arte, ativismo, coletivos relâmpago, o ACT UP, o questionamento das narrativas dominantes sobre a AIDS e o papel dos artistas nas mudanças culturais e políticas. O seu trabalho ativista levanta os seguintes questionamentos: Será que a contação de histórias nos contextos institucionais reifica as estruturas de poder existentes ou podem contribuir para o seu desmantelamento? Finkelstein discute o seu papel no Silence=Death Project e vários outros coletivos e analisa as narrativas dominantes em torno da AIDS durante a era Reagan. Finkelstein aborda também o conflituoso legado dos movimentos ativistas dos anos 80 e 90 numa Nova Iorque onde a gentrificação e o deslocamento apagou antigas comunidades boêmias, causando mudanças no modo como os movimentos sociais e a arte performática interagem entre si. Finkelstein argumenta que, Diante dessas mudanças culturais, formas de engajamento político devem se adaptar aos novos tempos.
Biografia
Avram Finkelstein é um artista e escritor residente no Brooklyn. Ele é um membro fundador do coletivo Silence=Death e do coletivo de arte Gran Fury, com o qual ele colaborou em projetos de arte pública para o The Whitney Museum of American Art, The Venice Biennale, ArtForum, MOCA LA, The New Museum of Contemporary Art, Creative Time e The Public Art Fund. O Gran Fury teve a sua primeira retrospectiva na 80WSE em 2012 e tem obras nas coleções permanentes do The Whitney, MoMA, MOCA LA e The New Museum. O seu trabalho solo já foi exibido em diversas instituições e está nas coleções permanentes do MoMA, The Whitney, The Metropolitan Museum, The New Museum, The Smithsonian, The Brooklyn Museum e The Victoria and Albert Museum. As suas recentes oficinas e palestras enfocam o “coletivo relâmpago”, um novo paradigma para repensar a esfera pública—um experimento em criação de arte política voltada para a formação de um coletivo de um dia somente, para produzir uma única intervenção artística em um espaço público, que já foi conduzido quinze vezes em diversas instituições por todo o país.