A esponja mutante de Estridentópolis

A performance é uma esponja mutante que absorve e transforma todas as manifestações das artes cênicas, os movimentos sociais e as teorias socioculturais. Trata-se de uma esponja muito potente que tem a capacidade de fazer barulho para sacudir as estruturas que a rodeiam. No México, sua história está vinculada ao legado do movimento estridentista, que surgiu das cinzas da revolução mexicana para propor a primeira vanguarda clandestina do país. Estridentópolis é o nome dado pelos integrantes do movimento à cidade de Xalapa, Veracruz, quando estiveram refugiados ali na década de 1920. É nos movimentos de exílio político e dissidência artística que a esponja mutante da performance encontra uma vertente da sua genealogia; em comunidades de criadores que resistem à demagogia através do humor crítico. O estridentismo criou um tipo de montagem chamada “Teatro mexicano do morcego”, um espetáculo híbrido que combinava danças folclóricas com sátiras da vida urbana, com personagens que iam desde broncos da roça a dândis “frescos” da cidade. Deste teatro performático do morcego migramos ao pensamento da poeta chicana Gloria Anzaldúa, que inspirou-se no deus morcego da cultura zapoteca para expressar a habilidade que os artistas transfronteiriços têm de olhar o mundo ao contrário.

Biografia

Professor-pesquisador em tempo integral na Faculdade de Teatro e no Centro de Estudos, Criação e Documentação das Artes da Universidad Veracruzana, onde é coordenador do mestrado em Artes Cênicas. Membro do Sistema Nacional de Investigadores do Conacyt, tem especialização em teatro e performance mexicana contemporâneos, com interesse particular em artistas que trabalham as dimensões de gênero, nação, sexualidade e etnia. Tem mestrado em Estudos da Performance da New York University e doutorado em Estudos Latino-Americanos da Faculdade de Filosofia e Letras da UNAM. Editor de quatro livros, dentre eles: Jerzy Grotowski. Olhares da América Latina (Universidad Veracruzana, 2011) e, junto com Elka Fediuk, Corporalidades cênicas. Representações do corpo no teatro, na dança e na performance (Universidad Veracruzana, 2016). É diretor de Investigación Teatral. Revista de artes escénicas y performatividad.

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O enigma do 4T: contra o ódio, humor

“Qual será o portento, de tão nobre qualidade, que é com olhos cegueira e, sem a vista, entendimento?”
-Sor Juana Inés de la Cruz

A palestra gira em torno da resistência à mudança e da possibilidade de enfrentar entre todxs uma nova realidade de igualdade e justiça no México.

Biografias

Jesusa Rodríguez (México, 1955) é uma criadora cênica. De 1980 a 2018, dirigiu e atuou em espetáculos de ópera, teatro e farsa política. Desde dezembro de 2018, é Senadora da República Mexicana. Seu maior sucesso foi, e ainda é, acumular desprestígio. Ganhadora do prêmio melhor atriz no Festival das Américas em Montreal, 1989, e do Obie Award, no ano 2000 na cidade de Nova Iorque, junto com Liliana Felipe.

Arturo Chávez López (Apresentador) é Sociólogo com estudos de doutorado na Faculdade de Ciências Políticas e Sociais da UNAM (FCPS-UNAM), tem um mestrado em Sociologia Política pelo Instituto “Dr. José María Luis Mora” e é formado em Sociologia pela FCPS-UNAM. É professor em tempo integral do Centro de Estudos Sociológicos e, atualmente, Secretário Geral da FCPS-UNAM. Já desempenhou os cargos de Chefe da Divisão de Estudos Profissionais e de Coordenador do Centro de Estudos Sociológicos. Suas linhas de pesquisa incluem: Sociologia Política e Jurídica, Teoria Sociológica e Metodologia em Ciências Sociais.

Diana Taylor (Apresentadora) é professora nos departamentos de Estudos da Performance e Espanhol na NYU. Ela é autora dos premiados Theatre of Crisis [1991] (Teatro da crise), Disappearing Acts [1997] (Desaparecimentos), The Archive and the Repertoire [2003] (O arquivo e o repertório) e Performance (2016). Seu novo livro, ¡Presente! The Politics of Presence [Presente! A política da presença] será lançado em breve pela Duke U.P. Taylor fundou o Instituto Hemisférico de Performance e Política, do qual é diretora, em 1998. Em 2017, ela serviu como presidente da Modern Language Association (MLA) e foi recentemente eleita para a American Academy of Arts and Sciences. Em 2018, foi admitida na American Academy of Arts and Science.

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[MONSTRA CABARET] – “entre democracias e outras falácias” –

democracia
em tempxs de pós-verdade
é pura falácia

governando violências
aniquilando existências

NOS MATAM *porno* ser / por não ser
NOS VIOLAM *porno* star / por não ser

corpas sem direitxs
esperando ser desfeitxs

lantejoulas retorcidas
monstras subversivas

afiando as lâminas
infectando ser guerrilhas

machxs vão cortando
corpas liberando
orgasmas desatando

Biografia

Pacha Queer é uma trincheira dissidente de performance e política no Equador. MoTa (Eduardo Fajardo) e CoCa (Fernando Rodríguez), terroristas dx gênerx, subversivas do prazer, bruxas transfeministas, abortam performances guerrilheiras, incitando a emancipação de pensamentxs a partir da (re)ação artística, contracultura, “zorroridade” e autonomia.

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TRANS-CRIÇÕES POPULARES MEXICANAS

Interpretação de repertório popular mexicano com harpa, violino, violoncelo e voz por La Bruja De Texcoco, acompanhada por Marusia Pola Mayorga no violoncelo.

Biografia

La Bruja De Texcoco é um projeto musical e performático que nasce da rejeição à masculinidade na música mexicana, apropriando-se dela e fazendo-a desenvolver-se em situações extravagantes, cheias de feminilidade, huipiles, máscaras e lantejoulas. Atualmente, conta com o seu primeiro disco lançado, intitulado DE BRUJAS PETENERAS Y CHACHALACAS. | @labrujadetexcoco

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sexta-feira, 26 abril 2019 17:37

Compañía CroMagnon: Andro frágil

Andro frágil

Andro frágil é uma oficina coreográfica para 30 homens que visa criar uma partitura coreográfica que permita o reconhecimento da vulnerabilidade masculina no espaço público, um lugar de pausa no qual os homens possam deixar-se guiar para habitar um corpo capaz de romper-se e abrir-se às possibilidades de novos movimentos afetivos.

Biografia

Compañía CroMagnon (Mariana Landgrave, Diego Cristian Saldaña Sifuentes, Alejandro Guerrero) é um conjunto de artistas cênicos interessados na interseção entre a música, o teatro e a performance que exploram as potencialidades do som e a presença do ator para ativar discussões sobre política e estética.

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sexta-feira, 26 abril 2019 17:35

Pancho López: O amor é uma merda

O amor é uma merda

O amor é uma merda é uma paródia sobre os relacionamentos que mantemos em nossas vidas; relacionamentos que—apesar de nos causarem descontentamento—mantemos e engolimos dia a dia.

Biografia

Pancho López (México) é um artista performático interessado no cotidiano e nos sentimentos da natureza humana e como ela se conecta com expressões artísticas. Ele é o fundador e atual diretor do Extra! Festival Internacional de Arte de Performance. Seu trabalho foi apresentado em vários países ao redor do mundo. Em 2018, ele recebeu a bolsa Jumex.

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sexta-feira, 26 abril 2019 17:35

Hector Canonge: Bufoncero

Bufoncero

Bufoncero é um personagem inspirado na figura tradicional do carnaval boliviano, “Pepino Chorizo”. A performance ao vivo é uma interação lúdica de ritmos, movimentos de dança e palavra falada que usam o humor e a sátira para apresentar uma crítica comovente, colorida e inteligente sobre questões atuais no mundo.

Biografia

Hector Canonge é um artista interdisciplinar, curador independente e produtor cultural domiciliado em Nova Iorque. Sua obra explora as noções de identidade, papéis de gênero e políticas migratórias. Suas performances, instalações interativas e projetos de dança socialmente engajados já foram apresentados nos Estados Unidos e no exterior.

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sexta-feira, 26 abril 2019 17:35

Kegels for Hegel: Sacaneando com filósofos

Sacaneando com filósofos

Kegels for Hegel interpretará diversas canções do seu álbum, um projeto ainda em andamento, Sacaneando com filósofos, incluindo “Leve-me para a sua zona fronteiriça (canção de amor a Gloria Anzaldua)”, “Coisa (canção de amor a Karl Marx e amigos)” e “Eu quero brigar com você até a morte (canção de amor a G.W.F. Hegel)”.

Biografia

Kegels for Hegel é um projeto de arte conceitual estadunidense que escreve canções de amor obscenas e irreverentes para filósofxs e outrxs pensadorxs, cria vídeos musicais e apresenta performances.

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sexta-feira, 26 abril 2019 17:35

Alexis O’Hara: OUFF

OUFF

Capitalismo tardio, cultura juvenil, privilégio branco, nossa! OUFF é uma onomatopeia, o mais pesado dos suspiros. Uma desconstrução do privilégio branco em todas as suas feias matizes. É o não-branco da brancura, o vinho rosé de uma dama rica, o triste e doentio bege de um curativo sujo, um falso bronzeado, irritado e caído.

Biografia

Alexis O’Hara já fez turnês internacionais com suas performances de ruído falado e instalações sonoras que fomentam a colaboração musical espontânea entre estranhos. Ela já lançou quatro discos e tantos balões de hélio que o seu vestido ficou preso num lustre. Alexis e seu alter ego drag king, Guizo LaNuit, são pilares no cenário de cabaré de Montreal.

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SomoSNOBvios

Dois playboys gays do passado, Brilho e Silêncio, começam um recital romântico em homenagem à gente “do problema”, afirmando que todos os problemas da comunidade LGBTTTTTTTTTTTTT (etcétera) já tinham sido resolvidos pelos partidos políticos, pelos governos mundiais e pelas transnacionais… Não lhes resta mais que viver numa nostalgia artificial e recordar os hábitos primitivos e afeminados de outrora.

Biografia

José Antonio Cordero* (Aguascalientes, 1971) é um criador cênico e cinematográfico. Estudou Cinematografia no Centro de Capacitación Cinematográfica. Em seu trabalho cênico, Cordero combina o cabaré e as encenações construídas a partir da investigação do ator e do diálogo entre o teatro e a criação audiovisual.

Tareke Ortiz* estudou Composição e Etnomusicologia na Escola de Música da UNAM. Como performer de cabaré, já apresentou o seu trabalho por todo o México e em cidades dos Estados Unidos, Brasil, Argentina e Reino Unido. Ele atualmente é o Diretor Artístico do International Festival Cumbre Tajín.

(*Pertenecientes al Sistema Nacional de Creadores de Arte)

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