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Cinema indígena '22
Primeira semana 11 a 14 de novembro


Ixim Ulew

Título: Ixim Ulew
Data de estréia: 2022
Duración: 3:30 minutos
Director: Tzutu Kan e Daniel “El Suchi” García
Idiomas: maia tzútujil
Países/Territórios: Guatemala
Comunidade/Nação: Maia Tzútujil
Sinopse: 13 anos de música maia, 13 anos de resistência. Ixim Ulew é a terra do Milho, as terras maias sagradas. A canção descreve como plantamos as sementes e as diferentes fases de crescimento da sagrada milpa (milharal) até a colheita. A canção apela aos diversos grupos étnicos que compõem o tecido social dos povos maia. Ixim é o Milho, Ulew é a terra e o milho é plantado de norte a sul. O milho revolucionou essa civilização e foi criado pela mulher maia. Com a ajuda de insetos, aves e outros animais, ela criou uma das primeiras fusões genéticas capazes de domesticar o sagrado Milho e, com isso, ela sustém os seus povos. “A canção é uma homenagem à minha mãe e à minha avó María Cox, porque foram elas que me ensinaram como plantar o milho”.
Biografias de cineastas: Tzútu Kan significa “o florescer da serpente” e refere-se à nação tzútujil. Tzútu Kan foi criado com os ensinamentos do seu avô Nicolás Chavaja e de um grupo de artistas do planalto maia. Desde 2010, ele tem plantado novas propostas para a reabilitação das línguas nativas nas terras maias através do seu rap, criando uma fusão única da palavra maia com a cultura hip hop. O Projeto de hip hop maia mistura três línguas—tzútujil, kiche e kaqchikel—e tem atraído a atenção de acadêmicos e de universidades, incluindo a Vanderbilt University, a Kentucky University, a UCLA, a Smithsonian Institution e a Chico State. Em 2016, ele participou do festival multilíngue Estruendo, no Museo Universitario del Chopo, da UNAM (México) e foi convidado a participar de diversos festivais ao redor do mundo. Ele está atualmente trabalhando com os produtores Daniel García, Danilo Rodríguez e KC Porter.





A vacina

Título: A vacina
Data de estréia: 2021
Duración: 9:00 minutos
Director: Benito Miquiles e Mauricio Torres
Idiomas: português e sateré-mawé com legendas em inglês/português
Países/Territórios: Brasil
Comunidade/Nação: Sateré-Mawé
Sinopse: Benito Miquiles e um grupo de guerreiros sateré-mawé participam de um ritual em preparação para a retomada de uma porção do território que eles tradicionalmente ocupavam. A área está situada fora da reserva indígena de Andirá-Marau, localizada na fronteira dos estados do Amazonas e Pará, que tem sido repetidamente invadida por grileiros e madeireiros desde que a reserva foi oficialmente demarcada em 1986.
Biografias de cineastas:

Benito Miquiles é um jovem líder do povo sateré-mawé. Nascido no rio Andirá, dentro do território demarcado do seu povo, mudou-se para Parintins (no estado do Amazonas), onde formou-se em Educação Indígena pela Universidade Federal do Amazonas. Hoje ele mora em uma aldeia no rio Mamuru, onde ensina e luta pelo reconhecimento da porção não demarcada do seu território, contra o avanço dos grileiros e madeireiros.

Mauricio Torres tem um mestrado e um doutorado em Geografia Humana da Universidade de São Paulo e conduz pesquisas sobre conflitos territoriais envolvendo os povos e comunidades tradicionais no Amazonas. Ele é professor do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (INEAF), na Universidade Federal do Pará.






Nova Iorque, mais uma cidade / New York, petei tetã ve rive

Título: Nova Iorque, mais uma cidade / New York, petei tetã ve rive
Data de estréia: 2019
Duración: 18 minutos
Director: André Lopes e Joana Brandão
Idiomas: português e inglês com legendas em português/inglês (selecionável)
Países/Territórios: Brasil / Estados Unidos
Comunidade/Nação: Guaraní Mbyá
Sinopse: Uma jovem líder e cineasta, Patrícia Ferreira é reconhecida pelos documentários que ela tem feito com o seu povo, os mbyá-guaranis. Ela também foi convidada a discutir o seu trabalho em um dos maiores festivais de cinema etnográfico do mundo, o Margaret Mead Film Festival, realizado no American Museum of Natural History, em Nova Iorque. Lá, Patricia se deparou com algumas exibições, debates e atitudes que a fizeram pensar no mundo do povo “juruá”, contrastando isso com os modos de existência dos guaranis.
Biografias de cineastas:

André Tupxi Lopes é um antropólogo e cineasta, fazendo o seu PhD em Antropologia Social na Universidade de São Paulo, com um estágio de pesquisa na New York University. Ele é um membro fundador do Coletivo Ijã Mytyli de Cinema Manoki e Myky, povos com os quais ele tem trabalhado desde 2008. Ele participou do treinamento de cineastas indígenas em sete diferentes povos no Brasil, com os quais ele dirigiu e produziu documentários colaborativos ao longo da última década.

Patrícia Ferreira Pará Yxapy é uma professora indígena e diretora audiovisual da etnia mbyá-guarani, do Rio Grande do Sul. Em 2007, ela cofundou o Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema. Ela está atualmente concluindo o seu primeiro longa de autoria própria, Nhemongueta Kunhã Mbaraete, uma compilação de 16 videocartas durante a pandemia de Covid-19, codirigida por Graciela Guarani, Sophia Pinheiro e Michele Kaiowá. Seus filmes já circularam em inúmeros festivais no Brasil e ao redor do mundo, ganhando diversos prêmios, inclusive: uma Menção Honrosa no XIV FICA (2012), um Prêmio Cora Coralina na categoria de melhor longa no XIII FICA (2011), o Prêmio Melhor Longa/Média no III CachoeiraDoc e uma Menção Honrosa no Forumdoc.bh.2011.

Joana Brandão Tavaresé professora de Artes do Vídeo no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC) da Universidade Federal do Sul da Bahia. Ela tem um PhD em Estudos Feministas e de Gênero da Universidade Federal da Bahia. Ela recebeu, em 2013, o Prêmio Adelmo Genro Filho na categoria de melhor dissertação de mestrado em jornalismo pelo seu estudo comparativo entre a comunicação das comunidades indígenas e a cobertura jornalística da realidade indígena. Em 2019, ela foi uma pesquisadora visitante no Departamento de Antropologia da New York University (NYU), nos Estados Unidos, e também recebeu treinamento profissional em fotografia digital, produção de roteiros para a televisão e cinematografia na Escola de Estudos Profissionais da NYU. Como cineasta, ela dirigiu três documentários curtos. O seu mais recente filme recebeu o prêmio Marsh, na categoria de melhor documentário de curta-metragem do Royal Anthropological Institute (Reino Unido).






Tiam / O retorno

Título: Tiam / O retorno
Data de estréia: 2021
Duración: 16:00 minutos
Director: Eriberto Gualinga
Idiomas: Kichwa e Spanish
Países/Territórios: Equador
Comunidade/Nação: Kichwa
Sinopse: Em fevereiro de 2020, na comunidade kichwa de Sarayaku, na Amazônia equatoriana, estávamos celebrando o nosso Grande Festival Cultural e Tradicional Uyantza Raymi (o Festival Uyantza). Repentinamente, chegaram notícias de que um perigoso vírus chamado COVID-19 estava se espalhando pelo mundo e que um estado de emergência tinha sido declarado em todo o país. Ao mesmo tempo, uma grande inundação assolou a minha comunidade. Quando as pessoas começaram a adoecer, uma família decidiu sair e embrenhar-se na mata em busca de proteção, embarcando em uma jornada de reconexão.
Biografias de cineastas:

Eriberto Gualinga é um membro da comunidade kichwa de Sarayaku, na Amazônia equatoriana. Formado em Cinema pela Universidad de las Artes de Guayaquil, ele é um fotógrafo, músico e ativista que começou a fazer filmes nos seus vinte anos, quando ele começou a documentar e contar a história da defesa da mata após a incursão do exército e de uma empresa petrolífera subsidiada pelo governo no seu território. Ele já dirigiu seis documentários curtos, ganhadores de diversos prêmios em festivais, e um longa, Helena de Sarayaku.

O Instituto Hemisférico e o Centro de Tradição Popular e Patrimônio Cultural do Smithsonian apresentam: Cinema Indígena 2022.

Com curadoria de Amalia Córdova



Atendendo ao convite de Ailton Krenak de considerar a interdependência entre todos os seres vivos, voltamos o nosso olhar para o que nos nutre e nos sustém: desde o primordial vínculo com a terra e a água até atos cerimoniais e de cura. Mais que uma mera denúncia, esses filmes examinam a fundo as concepções indígenas de territorialidade e espiritualidade, com imagens e sons que canalizam vitalidade, conexão e relacionalidade diante dos diversos desafios ao nosso bem estar coletivo. Podemos retraçar os caminhos, escutar as sementes, os rios e os poetas? Podemos evocar os espíritos e cantar nas nossas próprias línguas?


Em colaboração com


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