Mesas Redondas
Photo/foto: Julio Pantoja
Esta mesa redonda ofereceu uma oportunidade de discussão com – e entre – artistas performáticos seletos que apresentaram trabalhos no Encuentro. Estes artistas refletiram sobre seus próprios processos e sua produção e comentaram sobre a relação das suas obras com os temas mais amplos do Encuentro. Wilson Díaz apresentou uma retrospectiva da sua obra de arte visual, que revela recentes batalhas colombianas contra a violência e o tráfico de drogas. Suas imagens relacionadas com as folhas naturais de coca contrastam com a cocaína, sua droga derivativa química que gera a violência. Rocío Boliver apresentou um ato de ventriloquismo para fazer uma declaração artística e compartilhar suas ideias sobre medo, dor e excesso como um eterno desafio ao estabelecimento. Tania Bruguera explicou como a sua ‘arte comportamental’ funciona local e internacionalmente e as contradições que estão implícitas quando uma obra de arte é transplantada para um contexto distinto. Guillermo Gómez-Peña compartilhou as dificuldades que ele tem em explicar a sua obra como artista performático (uma prática frequentemente mal entendida) e o papel do corpo nos mecanismos de descolonização. Um dos pontos centrais da discussão de perguntas e respostas a seguir foi a polêmica peça de Bruguera, em que ela distribui cocaína entre os membros da plateia dentro da Universidad Nacional de Colombia (sem o consentimento dos organizadores do Encuentro). Parte da plateia lamentou o fato de que a sua performance altamente controvertida replica a circulação do dinheiro das drogas e a violência que aflige atualmente a Colômbia. Esta mesa redonda ofereceu um espaço para discussão e diálogo sobre a ética e a responsabilidade do artista e sobre as complexidades da relação entre a performance e a política.
Biografias
Rocío Boliver, La Congelada de Uva,nos últimos dez anos, vem trabalhando ativamente no circuito de arte. Em 1992, começou sua carreira como performer com a leitura de seus textos porno-eróticos, concentrando sua crítica na repressão às mulheres.
Tania Bruguera é artista política que trabalha fundamentalmente com arte de conduta. Em seu trabalho, investiga o papel do público nas performances e a relação entre a ética e o desejo. Em 2002, criou a Cátedra Arte de Conducta, o primeiro centro de estudos para a arte política (Habana, Cuba).
Wilson Díaz é um dos fundadores de Helena Producciones. Foi professor (nos períodos comprendidos entre 1996 e 2003) na Universidad del Valle (Cali), Conservatorio de Bellas Artes de Cali, e Universidad del Cauca (Popayán) em seus programas de Artes Plásticas.
Guillermo Gómez-Peña é artista/escritor performático e diretor do coletivo transnacional de arte La Pocha Nostra. Nasceu na Cidade do México e chegou aos Estados Unidos, em 1978. Desde então, vem explorando os assuntos interculturais através da performance, da poesia multilíngue, do jornalismo, do vídeo, do rádio e da arte de instalação.
Marlène Ramírez-Cancio é artista interdisciplinar de Porto Rico que co-fundou e co-dirige o grupo coletivo de vídeo e sátira Fulana. Atualmente exerce a função de Diretora Associada de Artes e Mídia do Instituto Hemisférico de Performance e Política. Marlène recebeu seu MFA em Escrita Criativa em espanhol na NYU em 2010